Desculpa .
Por gostar imensamente de ti, mas não da mesma forma. Da forma que tu querias , da forma que eu gostava de poder gostar, da forma que tu tanto esperaste que regressasse.
Eu nunca te tomei como garantido , espero que saibas disso . E o que fiz , fi-lo consciente de que te podia perder e com medo que isso acontecesse em cada e qualquer segundo.
Mas não é disso que se trata , pois não ? Não foi isso que te deixou frustrado.
Foi o meu isolamento . Estar constantemente a confiar e desconfiar, fazer-te sentir que me conhecias , que finalmente me percebias e sabias o que me passava pela cabeça e no fim , não deixar nada que não dúvidas. Uma e outra vez .
O que te deixou frustrado é saber que talvez nunca venha a ser um livro aberto , nem para ti nem para ninguém (o que ao mesmo tempo te serve de consolo , porque te sentes especial por teres chegado onde jamais alguém chegou e talvez onde jamais alguém chegará).
A minha sinceridade irrita-te. Pois digo tudo o que me vem na cabeça apesar de estar em constante mudança e mesmo assim não me percebes . Fica tanto por dizer ... O grande plano nunca chega a ser visto.
Desculpa por não te deixar gostar de mim como querias, como podias.
E quando já nem eu própria percebo porque é que continuas a fazer isto a ti próprio , ao fim de tantos anos , deixas fugir as palavras:
"Queria tanto desistir de ti...mas não consigo."